“A nossa dor pode ser invisível, mas nós não somos”, disse paciente diagnosticada com fibromialgia

O vereador Andrigo (PDT) e a farmacêutica Camila Pires se reuniram na terça-feira (09), em Niterói (RJ), para uma conversa sobre a conscientização da síndrome de fibromialgia.

O vereador Andrigo (PDT) e a farmacêutica Camila Pires se reuniram na terça-feira (09), em Niterói (RJ), para uma conversa sobre a conscientização da síndrome de fibromialgia (SF).

Com causas desconhecidas, a fibromialgia é uma condição caracterizada por uma dor muscular generalizada e crônica que se manifesta em pelo menos 80% do corpo do paciente. Juntamente com a dor, a síndrome causa outros sintomas, como: fadiga, sono não reparador, ansiedade e até mesmo depressão. A fibromialgia acomete entre 2% a 8% da população brasileira, sendo a segunda desordem reumatológica mais comum depois da artrite.

A farmacêutica sofre com a doença desde sua adolescência. Segundo ela, as dores começaram a aparecer por volta dos seus 15 anos, mas o diagnóstico de fibromialgia só foi fechado anos depois, quando a mesma já estava com 30 anos. Pires conta que toda sua juventude foi muito difícil, sempre procurando ajuda de médicos que nunca fechavam um diagnóstico e só receitavam medicamentos com muitos efeitos colaterais e tratamentos paliativos.

A farmacêutica afirma que conviver com a síndrome desenvolve outros tipos de doenças, como a depressão.

“A gente fica com muita dor o tempo todo, então mexe com o emocional e é necessário que a gente tenha um tratamento com um especialista reumatologista e um psiquiatra em conjunto.(…) A fibromialgia pode não matar, mas leva as pessoas, muitas vezes, ao suicídio.”, disse Camila Pires.

Sua luta deixou de ser pessoal e se tornou pública quando foi Secretária de Assistência Social de Itaperuna, cidade onde reside, e percebeu o quanto a doença afeta pacientes mais vulneráveis.

“O mínimo que a gente precisa é ter um atendimento com psicólogo, psiquiatra e com um reumatologista para que tenhamos o diagnóstico e a partir disso ter acesso a um tratamento digno. A maioria dos pacientes não tem nem o primeiro atendimento para fazer o diagnóstico e muito menos acesso ao tratamento.”, afirmou a farmacêutica.

Após uma forte crise de dores em 2021, o seu esposo-que é médico e percebeu um aumento de pacientes com a síndrome em seu consultório- sugeriu a ideia dela criar um grupo de apoio para pessoas com fibromialgia em Itaperuna.

E a partir daí, Pires vem procurando apoio político em várias cidades do Rio de Janeiro para conscientizar a todos sobre o impacto da síndrome da fibromialgia na vida dos diagnosticados e de como eles precisam sair da invisibilidade: “A nossa dor pode ser invisível, mas nós não somos”.

O vereador Andrigo (PDT), abraçou a causa e se comprometeu em ajudá-la a tornar visível a sua luta e de outros pacientes que possuem a síndrome.

“Nem posso imaginar como é conviver com dor o tempo todo, é emocionante ver a força de todos os pacientes que lutam cada dia contra essa condição. Como político, me comprometo a ajudar na causa e entendo que é um problema social recorrente que precisa sair urgentemente da invisibilidade”, concluiu o parlamentar.

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